quarta-feira, 8 de outubro de 2025
Isekai Izakaya - Capítulo 05
segunda-feira, 6 de outubro de 2025
Manuke FPS - Capítulo 02
Manuke FPS - Capítulo 01
Volume 1 — Capítulo 1
— Nngh... ugh...
Acordei sentindo um leve frio na bochecha e a grama sob a palma da mão. Lentamente, abri os olhos.
O que vi era um cenário completamente diferente da localização do “Jardim Celestial”.
— Onde estou...? Será que eu caí numa área secreta?
Veja bem — normalmente, no “Jardim Celestial” você fica em um dos ilhas flutuantes. Se tiver o azar de cair de uma delas, ativa-se a “regra da morte instantânea”, e você é mandado de volta pro lobby.
Mas, por algum motivo, eu acordei desacordado em um campo aberto, sentindo uma brisa suave passar.
— Nunca ouvi falar de ninguém que tenha vindo parar em um lugar assim... Hm, vento?
Enquanto pensava, comecei a observar o ambiente.
O sol já havia passado do zênite e, no céu, não havia nada que lembrasse as ilhas flutuantes do “Jardim Celestial”, apenas nuvens vagando lentamente.
A grama se movia com o vento. E foi aí que notei algo estranho eu podia sentir o toque do vento, o frio do solo... Mas no VMB nunca houve qualquer tipo de sensação tátil.
— Então... isso não é o VMB? Não, espera...
A ideia me atravessou por um segundo, mas logo a descartei ao olhar para mim mesmo.
Meu corpo era o do meu avatar do VMB, com todo o meu equipamento: a MP5A4 que eu havia usado recentemente, três carregadores presos ao cinto, uma arma reserva no coldre, granadas, uma faca e o sistema de Suporte Tático (Tactical Support System, ou TSS) integrado à luva da minha mão esquerda.
Ativando o visor sensorial, o holograma do menu apareceu normalmente.
Mas logo surgiu outra anomalia as abas “Notícias” e “Correio” exibiam apenas a mensagem “Erro”. E, quando tentei sair do jogo... nada aconteceu. O sistema não respondeu.
(Nota do autor: Ei, sem críticas, tá? Depois de Kawahara e SAO, eu sei que esse tipo de começo parece clichê... mas fazer o quê?)
O mapa, integrado aos meus óculos, mostrava apenas a minha localização.
O contador de cristais estava normal, o “Loja” parecia funcional dava pra comprar armas, munição e equipamentos. Até o suporte aéreo de armas estava disponível.
— Mas ainda é estranho não haver comunicação... Talvez o sistema bloqueie os contatos enquanto se explora uma área secreta? Bom, de qualquer forma, não há nada que eu possa fazer por enquanto. Melhor seguir em frente.
No VMB, completar áreas comuns rendia cristais, mas limpar áreas PvE secretas podia te dar armas exclusivas, indisponíveis na loja.
Pra ser sincero, era por isso que eu me interessava tanto por PvE talvez até um pouco obcecado.
“Seguir em frente”, eu disse... mas pra onde, exatamente?
Olhei ao redor. Nenhum marcador, nenhum ponto de referência.
O mapa mostrava apenas uma pequena área ao meu redor.
A oeste e ao sul, o campo continuava sem nada; ao norte, uma floresta; e a leste, montanhas.
— Certo... o oeste e o sul parecem vazios. As montanhas raramente têm batalhas. Então, por eliminação... norte.
Como eu não sabia nada sobre o local, também não tinha informações sobre os inimigos.
O mapa só poderia marcar hostis com ícones vermelhos, e nada mais.
Ajustei a MP5A4 para disparos em rajadas de três tiros e segui rumo à floresta, movendo-me com leveza graças ao exoesqueleto.
Durante a travessia do campo, não encontrei nada.
Mas ao adentrar a floresta, algo novo chamou minha atenção.
Enquanto corria, não tinha notado nada no chão mas ali, entre as árvores, vi pequenos insetos, vagando de um lado para o outro.
Insetos? No VMB, não existiam insetos.
Mesmo nos mapas “naturais”, como florestas e campos, só havia jogadores ou mobs hostis. Insetos NPC? Nunca existiram.
— Então... é ou não é o VMB? Meu equipamento é do jogo, mas que lugar é esse, afinal...?
A pergunta se perdeu no som do vento entre as copas das árvores.
Sem ninguém para responder, apenas apertei o punho em torno da MP5A4, sentindo o peso frio do metal. Ela deveria pesar uns três quilos, mas agora parecia mais pesada.
Meus óculos também algo que eu nunca havia sentido antes.
Desativei os filtros e as telas virtuais, vendo o mundo com meus próprios olhos.
As cores, os contrastes... eram reais.
Sem dúvida alguma, isso não era o mundo do VMB.
O TSS continuava inerte sem resposta.
Enquanto pensava, percebi um movimento à frente.
— Inimigo?!
Reflexivamente, me escondi atrás de uma árvore, corpo agindo antes do pensamento.
Com a mão trêmula, toquei o controle dos óculos, desligando completamente suas funções.
Mantive os olhos fixos na direção do movimento, até distinguir três figuras humanoides a uns 200 metros.
— Humanos...? Jogadores?
Três formas.
Mas algo nelas me incomodava.
Eram totalmente carecas, e vestiam apenas... tangas?
Aumentei a transparência dos óculos e ativei o mapa, deslocando-me silenciosamente de árvore em árvore para observá-los melhor.
“Ei... isso não são... goblins?”
De perto, vi melhor pele esverdeada, orelhas enormes, cerca de 1,20 m de altura.
Carregavam bastões toscos, como porretes.
Com certeza, não eram humanos.
E no VMB... nunca houve inimigos assim.
Goblins. Era o único termo que fazia sentido.
“Mas onde diabos eu vim parar...? E, mais importante... como eu saio daqui?”
Não havia dúvida: aquilo não era minha realidade.
Enquanto seguia furtivamente o grupo, meus pensamentos giravam em círculos.
“Isso não é mais engraçado... Não pode ser a Terra, certo? Fui teletransportado pra outro planeta? Ou é viagem no tempo?
Não... goblins nunca existiram na Terra. Então... outro mundo? Nem real, nem virtual... mas outro mundo mesmo?”
Sim, eu gostava de jogos, animes e light novels.
Gostava muito.
Mas sempre fui mais fã de FPS.
“Eu... fui transportado para outro mundo? Isso é possível? Eu estava jogando uma VRMMO, não estava?”
Nos últimos tempos, esse tipo de história “transportado para outro mundo” tinha virado moda nas light novels.
Eu li algumas. Até joguei umas VRMMOs com essa temática.
Mas uma coisa era certa:
isso não é o VMB.
“Será que é um VR-RPG ocidental? Um mundo de fantasia com espada e magia...? Um herói invocado em outro mundo?”
Uma situação mais absurda que a outra.
“Transportado para um mundo de espadas e magia... com uma submetralhadora nas mãos.”
Sorri amargamente.
“Bem, se existir magia aqui, outros podem ter armas também. Eu preciso pensar em como lidar com isso...”
Continuei seguindo os goblins por cerca de meia hora, resmungando sozinho, até ouvir o som de água corrente.
Ou melhor água caindo.
Um pouco mais adiante, entre as árvores, vi uma cachoeira.
Não muito larga, mas alta, uns dez metros, talvez.
Os três goblins entraram em uma abertura por trás da queda d’água uma caverna, aparentemente.
“Mas o que é que eu tô fazendo...”
Pensei, tenso.
Devia ser o covil deles.
Um lugar ao qual eles chamavam de lar...
E eu?
Onde seria o meu?
Fiquei parado, sem saber o que fazer.
Voltar para meu mundo? Como?
Ou talvez... tentar viver aqui?
Mas fazendo o quê? Onde?
Esses pensamentos me consumiam enquanto eu observava a entrada da caverna, sozinho.
O Mestre do Ragnarok - Capítulo 01
Zombie Brother - Capítulo 06
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
Zombie Brother - Capítulo 05
Capítulo 5 – O Surgimento do “Irmão Cadáver”
Ao ver as duas palavras 尸兄 na tela, Bai Xiaofei quase atirou o mouse contra o monitor, praguejando:
— “Irmão Cadáver? Irmão é o c!% da tua irmã!”
Em H-City, não se sabia quantas pessoas já haviam bebido da água encanada contaminada, transformando-se nesses monstros. Seus familiares, amigos e colegas foram as primeiras vítimas. À medida que essas criaturas continuavam a matar e devorar, suas mutações se tornavam mais complexas, mais poderosas. E o número de mortos só crescia.
Naquele instante, sob o manto da noite, H-City já havia se transformado em um verdadeiro inferno na Terra.
Mas, aos olhos dos internautas, tudo não passava de uma peça de teatro sem relação com a própria vida deles. Alguns ainda tinham a ousadia de inventar um apelido “carinhoso” Irmão zumbi “Irmão, uma ova!”
Esse é o lado sombrio do povo Yan-Huang (²). Apesar de cinco mil anos de civilização brilhante, muitas sujeiras também se acumularam ao longo do tempo: a indiferença, a covardia de quem só observa de longe, a hipocrisia de falar sem sentir dor, a banalização do sofrimento alheio, transformado em piada ou assunto para conversa… Todos esses vícios se viam ampliados ao extremo na internet.
Não é à toa que Lu Xun (³) disse: “O que o povo Yan-Huang mais precisa curar não é o corpo, mas o espírito.”
Bai Xiaofei engoliu sua raiva e continuou a procurar informações online. Algumas notícias lhe deram um pouco de alívio:
- Apenas H-City havia sido atingida pela contaminação; não era um surto nacional ou mundial.
- O governo já havia enviado forças especiais e tropas de defesa química para lidar com a represa — fonte da poluição.
- Dos três sistemas de abastecimento de água da cidade, apenas o ligado à represa contaminada estava comprometido; os outros dois eram seguros. Assim que cortaram o fornecimento da represa, a origem do contágio foi eliminada, sem novos casos de infecção.
- Especialistas em biotecnologia de ponta já estavam pesquisando uma vacina. Além disso, mordidas do Irmão zumbi não causavam infecção em cadeia, como os zumbis de filmes de terror. Em outras palavras: bastava eliminar os infectados de H-City e tudo voltaria à paz.
Bai Xiaofei encarou um comunicado oficial, escrito em tom leve:
“Até o momento, apenas algumas centenas de casos de infecção foram confirmados em H-City. Tropas e equipes médicas já estão no local. A situação será controlada e a normalidade, restaurada em breve. Solicitamos que os cidadãos não espalhem boatos. Reincidências acima de 500 vezes resultarão em detenção.”
Logo abaixo, havia outra notícia: um jovem “2B” (⁴) foi preso por compartilhar no WeChat uma foto de um Irmão zumbi. Motivo: a imagem teria sido editada no Photoshop.
Bai Xiaofei riu amargamente:
“Centenas de infectados? Acredite quem quiser, eu não!”
Só naquele prédio de apartamentos, era impossível calcular quantos já estavam contaminados! O edifício não parecia grande, mas em cada quartinho viviam vários jovens pobres. Ninguém tinha dinheiro para comprar água engarrafada. Todos usavam a torneira para beber, cozinhar, tomar banho… Uma vez infectados, o prédio inteiro estava condenado.
Em casos de grandes tragédias, os números oficiais sempre vinham “reduzidos”. O cálculo correto era multiplicar por dez… não, por cem!
De repente, Bai Xiaofei ouviu o som de rojões do lado de fora.
Ele se sobressaltou. Quem soltaria fogos no meio da noite? Mas logo entendeu: não eram rojões, eram tiros.
O comunicado oficial tinha ao menos uma verdade: o governo realmente mobilizara o exército para eliminar os Irmãos zumbis.
A situação estava saindo do controle.
Na estrutura militar da China, forças para manter a ordem não faltam: os fiscais urbanos (chengguan), a polícia, as tropas paramilitares, e até milícias podem ser armadas. O exército só é chamado quando todas as outras forças falham.
E agora até o próprio governo admitia: os Irmãos Cadáver eram fortes demais. Nenhuma força convencional dava conta era preciso chamar o exército.
Mobilizar tropas em uma metrópole internacional com milhões de habitantes? Isso só significava uma coisa: os altos escalões estavam em pânico, e as perdas eram insuportáveis.
“Que monstros poderosos, terríveis, brutais… Esses são os ‘Irmãos Cadáver’ contra os quais terei de lutar? E ainda salvar Xiaowei deles?” murmurou Bai Xiaofei, com um sorriso amargo.
Por sorte, naquele dia ele não havia bebido água da torneira.
Estava livre da infecção.
Durante o expediente, o chefe mesquinho lhe dera apenas alguns pães quase vencidos e garrafas de água mineral empoeiradas. Esse foi todo o seu alimento.
À noite, já em casa, chegou a ferver uma chaleira de água da torneira, mas quando ia beber, um grito de horror do apartamento vizinho o fez derrubar o copo.
Acaso do destino: a primeira fêmea Irmão Zumbi que matou acabara, na verdade, salvando sua vida. Se tivesse bebido aquela água, já estaria mutado.
Depois de refletir sobre tudo isso, Bai Xiaofei deu alguns tapas leves no rosto para se recompor.
Não importava o que viesse pela frente ele iria encontrar Xiaowei e salvá-la!
Mas antes, havia outra coisa que precisava fazer.
Pegou o telefone e discou um número.
“Alô?” respondeu uma voz idosa, sonolenta, despertada pelo toque.
“Pai, sou eu, Xiaofei.”
“Xiaofei? Por que liga a essa hora…? Espera, aconteceu algo? Brigou na rua? Foi pego numa batida em casa de massagem? Seu moleque…! Eu já vou mandar dinheiro pra te tirar da detenção primeiro, depois conversamos.”
“Pai! Fala besteira não!” Bai Xiaofei se sentiu irritado e, ao mesmo tempo, emocionado. Mesmo morando tão longe, no meio da noite, os pais ainda se preocupavam com ele.
“Eu estou bem, de verdade. Não aconteceu nada. Só que H-City está passando por um surto… mas não se preocupe: eu não fui infectado, estou saudável e seguro. O governo já enviou tropas e médicos para nos proteger. Logo vou ser transferido para uma zona segura. Talvez os próximos dias fiquemos sem sinal, então não estranhem se eu não ligar.”
“O quê? velha, rápido, liga a TV! Veja o noticiário! O que está acontecendo nessa tal de H-City onde nosso filho está?!”
Do outro lado da linha, ouviu-se o som da televisão sendo ligada, com a voz do apresentador lendo o comunicado oficial.
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Notas de tradução:
- “Setenta e duas transformações” (七十二变) – referência às habilidades mágicas do Rei Macaco, Sun Wukong, no Jornada ao Oeste.
- Povo Yan-Huang (炎黄人) – termo cultural para se referir ao povo chinês, descendente dos lendários Imperadores Yan e Huang.
- Lu Xun (鲁迅) – importante escritor e ensaísta chinês (1881–1936), crítico da mentalidade e dos vícios sociais da época.
- “2B” (二逼) – gíria chinesa depreciativa, algo como “idiota”, “otário”.
Saikin, Imouto no Yousu ga Chotto Okashiinda ga.– Capítulo 01
Como se… eu pudesse realizar um pedido desses…
Irmãzinhas são realmente um mistério… Não consigo entender a Mitsuki de jeito nenhum.
No intervalo do almoço, Yuuya estava sentado em sua sala de aula, pensando em Mitsuki como sempre.
Certo dia, ele de repente ganhou uma irmã mais nova. Mais precisamente, uma irmã não consanguínea. Seu pai havia se casado novamente, e a nova esposa já tinha uma filha. O nome dela era Mitsuki. Estudava no mesmo colégio Miou, mas estava no primeiro ano, enquanto Yuuya já estava no segundo. Quando a conheceu pela primeira vez, a impressão que lhe veio à mente foi que ela era incrivelmente fofa.
Cabelos negros longos e sedosos, olhos grandes e brilhantes. Além disso, uma silhueta esguia. Era tão bonita quanto algumas idols que aparecem na televisão, e Yuuya ficou encantado. Infelizmente, aquela doçura logo deu lugar a uma expressão de desagrado e carranca. Ele podia sentir a hostilidade emanando dela. Só isso já gritava em sua cara para não se aproximar de forma descuidada. Como filho único que era, Yuuya esperava que a nova irmã fosse afetuosa, carinhosa, do tipo que gosta de ser mimada. Naturalmente, Mitsuki era o completo oposto.
Mas, depois de ouvir da mãe dela que “Mitsuki é um pouco tímida com estranhos, então não se preocupe muito”, Yuuya tentou se manter positivo. Continuava dizendo a si mesmo que, quando essa timidez passasse, eles poderiam viver juntos como uma família normal. Porém, suas expectativas foram brutalmente traídas.
Ela é mesmo difícil de agradar… Sempre tensa, mal-humorada, se irrita facilmente e chora por qualquer coisa. Como nunca consigo adivinhar o motivo, acabo pensando que é culpa minha. O melhor exemplo foi na lição de takoyaki ontem. Só queria ensiná-la, mas… o que foi aquela reação?
Suspirando fundo, Yuuya refletiu sobre as palavras e ações de Mitsuki até aquele momento. Apesar de estar feliz que seu pai tivesse encontrado alguém por quem valesse a pena se casar novamente, logo após a cerimônia os dois partiram para o exterior por causa do trabalho. A tia de Mitsuki, Nanami, ficaria como responsável por eles, mas como trabalhava como editora, quase nunca estava em casa. Isso significava que os dois um garoto e uma garota acabariam vivendo sozinhos sob o mesmo teto, o que, naturalmente, tornava tudo mais complicado.
Yuuya já estava ciente disso no dia em que se mudaram, mas logo após o início da convivência Mitsuki passou a evitá-lo de todas as formas, disposta a não passar mais tempo com ele além das refeições. A atitude dela para com Yuuya já não podia ser descrita como “timidez com estranhos”, já que da parte dele havia muito esforço. Até parecia que havia algum progresso, pois Mitsuki começava a agir um pouco mais como uma irmãzinha, mas ainda estava longe do ideal.
Preciso fazer alguma coisa quanto a isso, pelo menos até o papai voltar da viagem de negócios. Afinal, estou só no nível de não ser ignorado por ela… E ainda tem aquele outro problema…
No instante em que o segredo da irmãzinha surgiu em sua mente, o rosto de Yuuya corou de vermelho vivo.
Aquelas calcinhas indecentes…
Por algum motivo que ele desconhecia, Mitsuki usava roupas íntimas provocantes, quase fetichistas. Não eram do tipo que se imagina em uma garota de colegial da idade dela, mas sim algo feito de couro, com tiras e correntes presas. Na verdade, nem dava para chamar aquilo de calcinha… Era mais erótico e indecente ao mesmo tempo. Resumindo, era algo muito mais sugestivo e lascivo do que a lingerie fofa que se esperaria.
Naturalmente, Yuuya não havia visto em detalhes (se tivesse, seria apenas um pervertido), mas acabou flagrando algumas vezes, o suficiente para perceber.
Eu sei que é escolha dela o que vestir, mas… não consigo evitar de me preocupar… E se alguém estiver obrigando ela a usar isso? Mas eu também não posso simplesmente perguntar…
Enquanto pensava sobre isso e aquilo, continuava mastigando a marmita de takoyaki que Mitsuki havia preparado.
“Haa… Haa… Pa…ra…”
Mitsuki fez o possível para impedir a mão de Hiyori, enquanto seu rosto se contorcia de prazer. No entanto, não conseguia exercer nenhuma força com as mãos.

"Não! Eu não estou... com ciúmes! É só você, né?!"
"Claro que sim! Só de pensar que Onii-chan seria roubado por outra pessoa é...!"
Lágrimas grandes e redondas começaram a se acumular nos cantos dos olhos de Hiyori, enquanto Mitsuki rapidamente desviava o rosto. Naquele momento, aconteceu.
“Mitsuki!”
"?!"
Mitsuki de repente ouviu a voz de Yuuya bem perto, e quando ela se virou para o local, Yuuya já estava caminhando em sua direção.
Onii-chan~
Hiyori, que estava agarrada a Mitsuki, voou para o espaço acima dela, juntando as mãos enquanto seus olhos brilhavam.
“P-Por que… você está aqui…?”
"Eu vi você com uma cara de dor lá em cima no terraço. Você está bem?! Não está se sentindo bem?!"
"N-Não mesmo…?! Ahhh?!"
No segundo em que Yuuya esfregou a mão nas costas de Mitsuki, todo o seu corpo estremeceu e ela caiu no local.
“P-Pare…eu estou…totalmente bem…”
"Você claramente não parece bem para mim! Devo levá-la à enfermaria?"
"N-não tem nada a ver com você, né? N-não me toque..."
"Claro que sim?! Afinal, somos irmãos!"
O coração de Mitsuki disparou ao ouvir as palavras de Yuuya. Junto com uma dor aguda, misturou-se uma sensação suave e reconfortante. Só de ter suas costas tocadas, seu rosto começou a arder e sua respiração ficou mais ofegante. Além disso, o cheiro másculo de Yuuya a deixava tonta.
“… Você parece estar com um pouco de febre?”
Yuuya colocou uma mão na testa e aproximou o rosto dele.
"?!"
Mitsuki fechou os olhos com força e sentiu uma sensação fria na testa. Assim que abriu os olhos novamente, ainda que com cuidado, o rosto de Yuuya estava bem na sua frente.
Perto?! Perto demais…?!
Envergonhada, Mitsuki ficou sem reação por um segundo. Hiyori não deixou de notar e rapidamente a possuiu.
*
“Onii-chan, você estava preocupado comigo, certo? Estou feliz…”
Mitsuki, que havia sofrido muito apenas um segundo antes, agora estava sorrindo alegremente, deixando Yuuya confuso.
“Ah, sim…”
“…Você veio por mim, em vez de ficar com a Tetas De Vaca, certo?”
“Vaca… Espera, você está se sentindo melhor agora?”
“Não, na verdade não… Meu peito dói…”
Com um tom verbal completamente diferente do habitual, Mitsuki estendeu a mão para Yuuya, empurrando-a em direção ao seu próprio peito.
"?!"
Embora ainda houvesse o uniforme no meio, Yuuya ainda podia sentir a maciez do peito dela quase diretamente.
“O-O que… você é?!”
Yuuya tentou freneticamente se livrar da mão de Mitsuki, mas ela não deixou isso acontecer.
"Você estava me estalkeando nas costas... mas aqui não tem jeito? Onii-chan?"
“…C-Claro?!”
"Por que?"
“P-Por quê…? Bem…”
Yuuya não conseguiu esconder sua expressão perturbada diante da repentina transformação de sua irmãzinha em uma menina mimada.
De novo…? Ela só está brincando, né?
Ou assim ele pensa, mas como ele poderia se acostumar com isso?
“Vamos, pare de brincar e…”
"Mas eu não estou? Estou falando sério, você não entendeu?"
"?!"
Mitsuki falou com uma expressão séria, forçando Yuuya a engolir em seco. Além da sensação suave em sua mão, ele podia sentir o coração dela batendo insanamente rápido. No momento em que percebeu isso, sentiu suor frio se acumulando por todo o corpo.
“Sério… Sobre o quê…”
“Onii-chan, meu peito está estranho… Você pode desabotoar meu sutiã e me ajudar a relaxar um pouco… por favor…”
Mitsuki chorou ao pedir ajuda a Yuuya, deixando-o incapaz de desviar o olhar dela.
Ela realmente sente tanta dor... Para mim, parece mais que ela está...
Enquanto seus pensamentos se dispersavam, Yuuya balançou a cabeça rapidamente para se livrar deles, percebendo que eventualmente teria que atender àquele pedido estranhamente honesto de sua irmãzinha. No entanto, ele nunca havia aberto um sutiã antes, então se sentia mais do que inseguro. Com a mão direita aberta, ele a moveu lenta e cuidadosamente em direção às costas de Mitsuki.
"Oh não…"
Em resposta, o corpo inteiro de Mitsuki se contraiu mais uma vez, enquanto uma voz fraca e débil escapou de sua boca, fazendo Yuuya parar sua mão com força.
De novo com essa reação?! Só toquei nas costas dela, só isso...
Seu sangue começou a ferver, e ele começou a entrar em pânico. Ele sentiu um aperto entre as omoplatas dela, agarrou-se a ele e tentou puxá-lo para a esquerda e para a direita. Embora tenha demorado um pouco, ele conseguiu desabotoar o sutiã dela, e a sensação em sua mão esquerda ficou ainda mais suave.
“Ha… Ah… Onii… chan…”
Mitsuki puxou a mão de Yuuya para ainda mais perto, dando-lhe uma sensação ainda mais direta do peito dela. Depois disso, ele ficou completamente perdido no que estava acontecendo. Tudo o que pôde fazer foi Mitsuki assumir a liderança, parado ali, atordoado. O sutiã foi levantado ainda mais, dando a Yuuya uma sensação ainda mais direta e suave. Naquele momento, ele de alguma forma conseguiu retornar à realidade.
“M-Mais uma vez, não podemos fazer isso!”
Ele puxou a mão com força. No entanto, a maciez que sentia ainda permanecia na palma da mão.
“…Mm…Haaa…P-Por que não podemos?”
“Isso é óbvio…”
"Por que você não pôde ser simplesmente o gentil Onii-chan que ajudou a aliviar a dor e o sofrimento da irmãzinha? Ou você imaginou algo pervertido?"
"?! Idiota! Do que você está falando?! Como se fosse?!"
Yuuya entrou em pânico quando Mitsuki se aproximou dele, exibindo um sorriso provocador.
“Onii-chan, é bem fácil ver através de você~ Entrando em pânico assim... Tão fofo~”
“Não me provoque…eu estava realmente preocupado, sabia?”
"Não estou brincando nem nada. Estou falando sério. Se for o Onii–chan, então..."
Enquanto segurava firmemente a mão de Yuuya, Mitsuki o encarou com os olhos úmidos. Seus lábios rosados começaram a se aproximar lentamente da boca de Yuuya, sua respiração já o atingindo. Pouco antes de seus lábios se encontrarem, os dois ouviram o som da porta do prédio da escola se abrindo, separando-se rapidamente.
“…É? Eu… interrompi alguma coisa?”
Olhando ao redor, Yukina estava parada no batente da porta.
"Yuki-nee?! N-Não! Estávamos só conversando!"
Em vez disso, Yuuya queria agradecê-la por essa maravilhosa graça salvadora que ela trouxera, forçando um sorriso. Observando essa reação, Yukina o encarou com desconfiança, erguendo uma sobrancelha.
"Então foi para cá que você fugiu, Yuu-kun. Fiquei surpreso quando você começou a correr."
“Desculpe... Eu vi Mitsuki aqui em cima, e ela parecia estar com dor, então eu só...”
“…É mesmo? Mitsuki-chan, você está bem agora?”
“Ah…Sim…Estou bem agora…”
Mitsuki se remexeu, dando uma resposta confusa, mais uma vez completamente diferente de seu comportamento anterior. Observando a mudança de Mitsuki de volta ao seu jeito frio e distante de sempre, Yuuya soltou um suspiro de alívio.
“…Ayaka ainda está na sala de aula, então voltarei por enquanto.”
Mitsuki fez uma leve reverência para Yukina enquanto ela se afastava do terraço, quase como se quisesse escapar. Observando isso, Yukina murmurou baixinho.
“Eu sei que pode parecer estranho, mas não consigo deixar de sentir um pouco de inveja.”
"Hã? Sobre o quê?"
"Sobre a Mitsuki-chan. Você está tão preocupado com ela, afinal, Yuu-kun."
“……”
Depois de refletir um pouco, Yuuya respondeu com as seguintes palavras.
“Quer dizer, não preciso me preocupar com Yuki-nee, certo?”
“……”
A expressão de Yukina congelou quando as palavras de Yuuya chegaram aos seus ouvidos. Recebendo um olhar severo dela como resultado, ele se perguntou se havia algo errado de novo, mas não conseguiu encontrar nenhuma razão plausível.
“…Eu sou o tipo de pessoa com quem você não precisa se preocupar, afinal, hein.”
Deixando para trás essas palavras, que fizeram Yukina parecer emburrada, ela desceu as escadas novamente, deixando Yuuya para trás. No final, tudo o que ele conseguiu fazer foi inclinar a cabeça, confuso, tentando entender o que tinha acontecido.
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