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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Saikin, Imouto no Yousu ga Chotto Okashiinda ga.– Capítulo 01

Capítulo 01 :: O Festival Escolar Bastante Perigoso

Como se… eu pudesse realizar um pedido desses…
Irmãzinhas são realmente um mistério… Não consigo entender a Mitsuki de jeito nenhum.

No intervalo do almoço, Yuuya estava sentado em sua sala de aula, pensando em Mitsuki como sempre.

Certo dia, ele de repente ganhou uma irmã mais nova. Mais precisamente, uma irmã não consanguínea. Seu pai havia se casado novamente, e a nova esposa já tinha uma filha. O nome dela era Mitsuki. Estudava no mesmo colégio Miou, mas estava no primeiro ano, enquanto Yuuya já estava no segundo. Quando a conheceu pela primeira vez, a impressão que lhe veio à mente foi que ela era incrivelmente fofa.

Cabelos negros longos e sedosos, olhos grandes e brilhantes. Além disso, uma silhueta esguia. Era tão bonita quanto algumas idols que aparecem na televisão, e Yuuya ficou encantado. Infelizmente, aquela doçura logo deu lugar a uma expressão de desagrado e carranca. Ele podia sentir a hostilidade emanando dela. Só isso já gritava em sua cara para não se aproximar de forma descuidada. Como filho único que era, Yuuya esperava que a nova irmã fosse afetuosa, carinhosa, do tipo que gosta de ser mimada. Naturalmente, Mitsuki era o completo oposto.

Mas, depois de ouvir da mãe dela que “Mitsuki é um pouco tímida com estranhos, então não se preocupe muito”, Yuuya tentou se manter positivo. Continuava dizendo a si mesmo que, quando essa timidez passasse, eles poderiam viver juntos como uma família normal. Porém, suas expectativas foram brutalmente traídas.

Ela é mesmo difícil de agradar… Sempre tensa, mal-humorada, se irrita facilmente e chora por qualquer coisa. Como nunca consigo adivinhar o motivo, acabo pensando que é culpa minha. O melhor exemplo foi na lição de takoyaki ontem. Só queria ensiná-la, mas… o que foi aquela reação?

Suspirando fundo, Yuuya refletiu sobre as palavras e ações de Mitsuki até aquele momento. Apesar de estar feliz que seu pai tivesse encontrado alguém por quem valesse a pena se casar novamente, logo após a cerimônia os dois partiram para o exterior por causa do trabalho. A tia de Mitsuki, Nanami, ficaria como responsável por eles, mas como trabalhava como editora, quase nunca estava em casa. Isso significava que os dois um garoto e uma garota acabariam vivendo sozinhos sob o mesmo teto, o que, naturalmente, tornava tudo mais complicado.

Yuuya já estava ciente disso no dia em que se mudaram, mas logo após o início da convivência Mitsuki passou a evitá-lo de todas as formas, disposta a não passar mais tempo com ele além das refeições. A atitude dela para com Yuuya já não podia ser descrita como “timidez com estranhos”, já que da parte dele havia muito esforço. Até parecia que havia algum progresso, pois Mitsuki começava a agir um pouco mais como uma irmãzinha, mas ainda estava longe do ideal.

Preciso fazer alguma coisa quanto a isso, pelo menos até o papai voltar da viagem de negócios. Afinal, estou só no nível de não ser ignorado por ela… E ainda tem aquele outro problema…

No instante em que o segredo da irmãzinha surgiu em sua mente, o rosto de Yuuya corou de vermelho vivo.

Aquelas calcinhas indecentes…

Por algum motivo que ele desconhecia, Mitsuki usava roupas íntimas provocantes, quase fetichistas. Não eram do tipo que se imagina em uma garota de colegial da idade dela, mas sim algo feito de couro, com tiras e correntes presas. Na verdade, nem dava para chamar aquilo de calcinha… Era mais erótico e indecente ao mesmo tempo. Resumindo, era algo muito mais sugestivo e lascivo do que a lingerie fofa que se esperaria.

Naturalmente, Yuuya não havia visto em detalhes (se tivesse, seria apenas um pervertido), mas acabou flagrando algumas vezes, o suficiente para perceber.

Eu sei que é escolha dela o que vestir, mas… não consigo evitar de me preocupar… E se alguém estiver obrigando ela a usar isso? Mas eu também não posso simplesmente perguntar…

Enquanto pensava sobre isso e aquilo, continuava mastigando a marmita de takoyaki que Mitsuki havia preparado.

“Haa… Haa… Pa…ra…”

Mitsuki fez o possível para impedir a mão de Hiyori, enquanto seu rosto se contorcia de prazer. No entanto, não conseguia exercer nenhuma força com as mãos.




“Olha, o medidor está ficando preto. Só de imaginar o que está acontecendo entre aqueles dois, você já fica com inveja. Todo o nosso esforço para entender isso está sendo apagado.”

"Não! Eu não estou... com ciúmes! É só você, né?!"

"Claro que sim! Só de pensar que Onii-chan seria roubado por outra pessoa é...!"

Lágrimas grandes e redondas começaram a se acumular nos cantos dos olhos de Hiyori, enquanto Mitsuki rapidamente desviava o rosto. Naquele momento, aconteceu.

“Mitsuki!”

"?!"

Mitsuki de repente ouviu a voz de Yuuya bem perto, e quando ela se virou para o local, Yuuya já estava caminhando em sua direção.

Onii-chan~

Hiyori, que estava agarrada a Mitsuki, voou para o espaço acima dela, juntando as mãos enquanto seus olhos brilhavam.

“P-Por que… você está aqui…?”

"Eu vi você com uma cara de dor lá em cima no terraço. Você está bem?! Não está se sentindo bem?!"

"N-Não mesmo…?! Ahhh?!"

No segundo em que Yuuya esfregou a mão nas costas de Mitsuki, todo o seu corpo estremeceu e ela caiu no local.

“P-Pare…eu estou…totalmente bem…”

"Você claramente não parece bem para mim! Devo levá-la à enfermaria?"

"N-não tem nada a ver com você, né? N-não me toque..."

"Claro que sim?! Afinal, somos irmãos!"

O coração de Mitsuki disparou ao ouvir as palavras de Yuuya. Junto com uma dor aguda, misturou-se uma sensação suave e reconfortante. Só de ter suas costas tocadas, seu rosto começou a arder e sua respiração ficou mais ofegante. Além disso, o cheiro másculo de Yuuya a deixava tonta.

“… Você parece estar com um pouco de febre?”

Yuuya colocou uma mão na testa e aproximou o rosto dele.

"?!"

Mitsuki fechou os olhos com força e sentiu uma sensação fria na testa. Assim que abriu os olhos novamente, ainda que com cuidado, o rosto de Yuuya estava bem na sua frente.

Perto?! Perto demais…?!

Envergonhada, Mitsuki ficou sem reação por um segundo. Hiyori não deixou de notar e rapidamente a possuiu.


*


“Onii-chan, você estava preocupado comigo, certo? Estou feliz…”

Mitsuki, que havia sofrido muito apenas um segundo antes, agora estava sorrindo alegremente, deixando Yuuya confuso.

“Ah, sim…”

“…Você veio por mim, em vez de ficar com a Tetas De Vaca, certo?”

“Vaca… Espera, você está se sentindo melhor agora?”

“Não, na verdade não… Meu peito dói…”

Com um tom verbal completamente diferente do habitual, Mitsuki estendeu a mão para Yuuya, empurrando-a em direção ao seu próprio peito.

"?!"

Embora ainda houvesse o uniforme no meio, Yuuya ainda podia sentir a maciez do peito dela quase diretamente.

“O-O que… você é?!”

Yuuya tentou freneticamente se livrar da mão de Mitsuki, mas ela não deixou isso acontecer.

"Você estava me estalkeando nas costas... mas aqui não tem jeito? Onii-chan?"

“…C-Claro?!”

"Por que?"

“P-Por quê…? Bem…”

Yuuya não conseguiu esconder sua expressão perturbada diante da repentina transformação de sua irmãzinha em uma menina mimada.

De novo…? Ela só está brincando, né?

Ou assim ele pensa, mas como ele poderia se acostumar com isso?

“Vamos, pare de brincar e…”

"Mas eu não estou? Estou falando sério, você não entendeu?"

"?!"

Mitsuki falou com uma expressão séria, forçando Yuuya a engolir em seco. Além da sensação suave em sua mão, ele podia sentir o coração dela batendo insanamente rápido. No momento em que percebeu isso, sentiu suor frio se acumulando por todo o corpo.

“Sério… Sobre o quê…”

“Onii-chan, meu peito está estranho… Você pode desabotoar meu sutiã e me ajudar a relaxar um pouco… por favor…”

Mitsuki chorou ao pedir ajuda a Yuuya, deixando-o incapaz de desviar o olhar dela.

Ela realmente sente tanta dor... Para mim, parece mais que ela está...

Enquanto seus pensamentos se dispersavam, Yuuya balançou a cabeça rapidamente para se livrar deles, percebendo que eventualmente teria que atender àquele pedido estranhamente honesto de sua irmãzinha. No entanto, ele nunca havia aberto um sutiã antes, então se sentia mais do que inseguro. Com a mão direita aberta, ele a moveu lenta e cuidadosamente em direção às costas de Mitsuki.

"Oh não…"

Em resposta, o corpo inteiro de Mitsuki se contraiu mais uma vez, enquanto uma voz fraca e débil escapou de sua boca, fazendo Yuuya parar sua mão com força.

De novo com essa reação?! Só toquei nas costas dela, só isso...

Seu sangue começou a ferver, e ele começou a entrar em pânico. Ele sentiu um aperto entre as omoplatas dela, agarrou-se a ele e tentou puxá-lo para a esquerda e para a direita. Embora tenha demorado um pouco, ele conseguiu desabotoar o sutiã dela, e a sensação em sua mão esquerda ficou ainda mais suave.

“Ha… Ah… Onii… chan…”

Mitsuki puxou a mão de Yuuya para ainda mais perto, dando-lhe uma sensação ainda mais direta do peito dela. Depois disso, ele ficou completamente perdido no que estava acontecendo. Tudo o que pôde fazer foi Mitsuki assumir a liderança, parado ali, atordoado. O sutiã foi levantado ainda mais, dando a Yuuya uma sensação ainda mais direta e suave. Naquele momento, ele de alguma forma conseguiu retornar à realidade.

“M-Mais uma vez, não podemos fazer isso!”

Ele puxou a mão com força. No entanto, a maciez que sentia ainda permanecia na palma da mão.

“…Mm…Haaa…P-Por que não podemos?”

“Isso é óbvio…”

"Por que você não pôde ser simplesmente o gentil Onii-chan que ajudou a aliviar a dor e o sofrimento da irmãzinha? Ou você imaginou algo pervertido?"

"?! Idiota! Do que você está falando?! Como se fosse?!"

Yuuya entrou em pânico quando Mitsuki se aproximou dele, exibindo um sorriso provocador.

“Onii-chan, é bem fácil ver através de você~ Entrando em pânico assim... Tão fofo~”

“Não me provoque…eu estava realmente preocupado, sabia?”

"Não estou brincando nem nada. Estou falando sério. Se for o Onii–chan, então..."

Enquanto segurava firmemente a mão de Yuuya, Mitsuki o encarou com os olhos úmidos. Seus lábios rosados começaram a se aproximar lentamente da boca de Yuuya, sua respiração já o atingindo. Pouco antes de seus lábios se encontrarem, os dois ouviram o som da porta do prédio da escola se abrindo, separando-se rapidamente.

“…É? Eu… interrompi alguma coisa?”

Olhando ao redor, Yukina estava parada no batente da porta.

"Yuki-nee?! N-Não! Estávamos só conversando!"

Em vez disso, Yuuya queria agradecê-la por essa maravilhosa graça salvadora que ela trouxera, forçando um sorriso. Observando essa reação, Yukina o encarou com desconfiança, erguendo uma sobrancelha.

"Então foi para cá que você fugiu, Yuu-kun. Fiquei surpreso quando você começou a correr."

“Desculpe... Eu vi Mitsuki aqui em cima, e ela parecia estar com dor, então eu só...”

“…É mesmo? Mitsuki-chan, você está bem agora?”

“Ah…Sim…Estou bem agora…”

Mitsuki se remexeu, dando uma resposta confusa, mais uma vez completamente diferente de seu comportamento anterior. Observando a mudança de Mitsuki de volta ao seu jeito frio e distante de sempre, Yuuya soltou um suspiro de alívio.

“…Ayaka ainda está na sala de aula, então voltarei por enquanto.”

Mitsuki fez uma leve reverência para Yukina enquanto ela se afastava do terraço, quase como se quisesse escapar. Observando isso, Yukina murmurou baixinho.

“Eu sei que pode parecer estranho, mas não consigo deixar de sentir um pouco de inveja.”

"Hã? Sobre o quê?"

"Sobre a Mitsuki-chan. Você está tão preocupado com ela, afinal, Yuu-kun."


“……”


Depois de refletir um pouco, Yuuya respondeu com as seguintes palavras.

“Quer dizer, não preciso me preocupar com Yuki-nee, certo?”


“……”


A expressão de Yukina congelou quando as palavras de Yuuya chegaram aos seus ouvidos. Recebendo um olhar severo dela como resultado, ele se perguntou se havia algo errado de novo, mas não conseguiu encontrar nenhuma razão plausível.

“…Eu sou o tipo de pessoa com quem você não precisa se preocupar, afinal, hein.”

Deixando para trás essas palavras, que fizeram Yukina parecer emburrada, ela desceu as escadas novamente, deixando Yuuya para trás. No final, tudo o que ele conseguiu fazer foi inclinar a cabeça, confuso, tentando entender o que tinha acontecido.

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